terça-feira, 5 de junho de 2007

Ultra-sonografia


A ultra-sonografia ou ecografia é conhecida, sobretudo, como exame de controlo da gravidez, mas esta técnica diagnóstica baseada na utilização de ultra-sons é útil para o exame de muitos outros órgãos. Este é realizado por um radiologista ou por técnico em ultra-sonografias.
É um método que se serve do
eco produzido pelo som para ver em tempo real as sombras produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo. Em geral, os aparelhos de ultra-som utilizam frequências altas (próxima de 1 MHz), emitindo através de uma fonte de cristal piezoelétrico que fica em contacto com a pele e recebendo os ecos gerados (ondas de som reflectidas pelos tecidos no corpo), que são convertidos numa imagem por equipamento electrónico. A variação da densidade e composição das estruturas, faz variar a atenuação e mudança de fase dos sinais emitidos, sendo possível a tradução numa escala de cinza, que formará a imagem dos órgãos internos.
A ecografia tiroideia tende a substituir outros exames mais difíceis de se realizar ou que apresentam contra-indicações absolutas, tais como a gravidez. Este exame permite o estudo da forma, do volume e da consistência da tiróide, mas não permite determinar o funcionamento da tiróide.
A eventual presença de quistos, nódulos ou tumores é evidenciada pela ecografia, mas pode requerer outros exames como a cintilografia.
A indicação mais vulgar para uma ultra-sonografia do pescoço é uma massa palpável. Quando uma massa é encontrada no pescoço, a origem pode não ser óbvia através do exame clínico, daí que seja necessário um estudo ultra-som para determinar a origem e composição/estrutura dessa massa do pescoço (sólida ou cheia de água).
Este exame permite: avaliar inchaços que podem ser sentidos na glândula da tiróide ou identificados durante a palpação da mesma; distinguir, normalmente, um tumor sólido de uma massa cheia de fluidos (quisto); determinar quando a glândula tiroideia está alargada. Uma ultra-sonografia pode também ser usada para observação do tamanho da tiróide durante o tratamento de um problema da mesma. Esta serve ainda como guia de localização para uma possível biopsia.

Antes do Exame:

Não é necessária nenhuma preparação. É de evitar a utilização de colares ou de outros acessórios no pescoço e na cabeça, uma vez que terá de os retirar.

Durante o exame:

1. O paciente deita-se sobre a mesa de examinação com uma almofada ou um bolster debaixo dos ombros, e a cabeça para trás;
2. Aplicação de um gel no pescoço (esse gel é muito parecido com o gel de cabelo), que ajuda as ondas de som a passar da máquina para o corpo do paciente mais facilmente (as ondas não atravessam com facilidade o ar). Às vezes, é colocado um saco de água ou esponja gelatinosa na garganta para ajudar a condução das ondas;
3. O transdutor, que se assemelha a um microfone, é colocado no pescoço do paciente. Não causa medo, porém pode sentir-se uma suave pressão deste. Este é movido de um lado para outro do pescoço. As ondas do som passam sem perigo através da pele desde o transdutor;
4. Um monitor de TV mostra imagens do pescoço, convertendo o eco em sinais eléctricos. Estas imagens em movimento podem ser visualizadas imediatamente, gravadas e/ou fotografadas para mais tarde rever. Por vezes, pode ser necessário captar imagens adicionais para análise de médicos.



Este procedimento demorará aproximadamente 30 a 45 minutos.

Depois do Exame:

Não há indicações pós-exame.
Um médico lê os resultados do exame e este deve também ser visto pelo médico do paciente.


O que se sente?

O gel pode estar frio quando aplicado no pescoço e causar um desconforto momentâneo.
Ter de manter a cabeça para trás pode ser incómodo, mas o transdutor ou as ondas de som não são pressentidas;
Respirar e engolir não apresenta dificuldades;
Não se ouvem as ondas.


Em conclusão, qualquer que seja o órgão examinado, a ecografia não provoca nenhum incómodo. Não existem contra-indicações, nenhum risco alérgico ou radioactivo.



Factores que podem interferir com o teste e a correcção dos exames:


è Incapacidade do paciente se manter quieto durante o exame;
è Movimentos podem interferir com a qualidade das imagens captadas;
è Ter uma ferida aberta na área que precisa de ser analisada.

Vantagens/Desvantagens:

è A ultra-sonografia é um exame fácil e mais barato do que o teste do iodo radioactivo (RAIU, radioactive iodine uptake). Contudo, não fornece informação acerca do funcionamento da tiróide
è A ultra-sonografia da tiróide pode ser realizada ao mesmo tempo que o teste de RAIU.
è Testes de RAIU são mais usados do que a ultra-sonografia para diagnosticar problemas do funcionamento da tiróide (como: hipertiroidismo ou hipotiroidismo)
è A ultra-sonografia é usada para detectar diferentes tipos de problemas da tiróide, especialmente, no que diz respeito à estrutura (ex: nódulos da tiróide).



Análises de Sangue

Vários exames são utilizados para determinar a eficiência do funcionamento da glândula tiróide. Um dos mais comuns é o exame para medir a concentração da hormona estimulante da tiróide no sangue.
Análise de sangue não é mais do que estudo de amostras de sangue para obter informações acerca das suas células e proteínas, bem como dos produtos químicos, antigénicos, anticorpos e gases nele transportados.
Como o sangue é o principal sistema de transporte do organismo, estas análises podem não só ser utilizadas para verificar o estado dos grandes órgãos, mas também o da função respiratória, do equilíbrio hormonal, do sistema imunitário e do metabolismo.

Tipos de análises:

Análises Hematológicas: observação dos componentes do próprio sangue, incluindo o exame da quantidade, forma, dimensão e aparência dos glóbulos sanguíneos e a análise do funcionamento dos factores da coagulação. As mais importantes análises hematológicas são o hemograma (contagem de glóbulos), o exame do esfregaço sanguíneo periférico, os testes da coagulação do sangue e a determinação do grupo sanguíneo.

Análises Bioquímicas: medição dos níveis dos produtos químicos existentes no sangue, como a glucose, o sódio, o potássio, o ácido úrico, a ureia, as enzimas, os gases, os alimentos digeridos e as drogas.

Análises Microbiológicas: pesquisa de microrganismos no sangue, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, e anticorpos que contra eles se formaram.

Como se fazem:

O local mais conveniente para se colher uma amostra de sangue é uma veia na curva do cotovelo. Aplica-se um garrote no braço e extrai-se o sangue para uma seringa. O procedimento causa apenas um ligeiro incómodo. Podem chegar a ser necessários 20ml de sangue, mas, como a circulação contém 4 a 5 l, a perda de tão pequena percentagem não causa qualquer prejuízo. Se se necessita de apenas umas gotas, estas podem obter-se pela picada de um dedo. Em casos raros, as análises podem exigir uma amostra de sangue arterial, que é extraído da curva do cotovelo, do pulso ou da virilha; trata-se de uma operação mais difícil e mais desconfortável.
Pode deixar-se o sangue coagular obtendo-se o soro transparente, para ser examinado ou juntar-se-lhe um anticoagulante para o estudo das células e dos factores de coagulação. A amostra é depois enviada ao laboratório, onde se procede a uma ou mais das centenas de análises possíveis. Em alguns laboratórios, modernos analisadores computorizados executam, simultaneamente, muitas análises diferentes, a partir de uma pequena amostra de sangue. Os resultados impressos comparam os valores com os dos padrões aceites como normais para cada exame. Cada laboratório tem os seus padrões de normalidade, que dependem do método e dos reagentes utilizados no teste e, por vezes, da idade e sexo do doente.


Testes pelo método ELISA:

Análise sanguínea laboratorial vulgarmente usada no diagnóstico de doenças infecciosas. ELISA significa análise imunoadsorvente ligada às enzimas.

Imunoensaios

Grupo de técnicas laborais que incluem o ELISA (do inglês «enzyme-linked immunoassay») e radioimunoensaios (RIA). São ambos usados no diagnóstico das doenças infecciosas; variantes dos radioimunoensaios, tais como RAST («radioallergosorbent test») e RIST («radioimunosorbent test»), são também utilizados no diagnóstico de alergias e na medição das concentrações de hormonas do sangue.
Qualquer destas técnicas, também designadas por testes imunológicos, pode determinar a presença ou ausência de uma proteína específica no sangue de uma pessoa – por exemplo, um antigénio, um anticorpo específico ou outra proteína, como, por exemplo, uma hormona.

Anticorpos, ou imunoglobulinas, são moléculas (glicoproteínas) produzidas pelo desencadear do mecanismo de defesa imunitária específica, que atacam proteínas estranhas ao corpo, isto é, em resposta à presença de um dado antigénio. Após o sistema imunológico entrar em contacto com um antigénio (proveniente de bactérias, fungos, etc.), são produzidos anticorpos específicos contra ele.




Antigénio: Proteínas completas ou fragmentos das mesmas (peptídeos) que quando injectados num organismo causam a produção de uma resposta imune, frequentemente com produção de anticorpos específicos contra tais proteínas.


O princípio subjacente a estas técnicas é que para qualquer anticorpo específico há um antigénio específico. Se as moléculas destas duas proteínas entrarem em contacto, ligam-se fortemente uma à outra. Qualquer anticorpo específico ligar-se-á apenas ao seu próprio antigénio, e vice-versa.



Como se faz

Primeiro, a superfície de uma placa, ou o interior de um tubo de ensaio, é preparada com um revestimento de proteína específica (antigénio ou anticorpo) que se ligará ao anticorpo ou antigénio cuja presença no sangue se pretende detectar. Por exemplo, no teste ELISA do anticorpo para o HIV (o vírus responsável pela sida) o interior de um tubo de ensaio é revestido com pequenas quantidades de antigénio do HIV.
Esta superfície é então exposta ao plasma do sangue; se o anticorpo ou antigénio a ser testado estiver presente, aderirá fortemente à superfície. A superfície é então lavada e é adicionado um produto químico, o qual se ligará à proteína fixada. Este produto químico é, ele próprio, ligado quer a uma enzima chamada peroxidase (no caso do teste ELISA), quer a um isótopo radioactivo (no caso do RIA).
Qualquer produto químico em excesso é lavado e retirado e, se o anticorpo ou antigénio estava presente, a peroxidase ou a radioactividade ficam na superfície. A peroxidase pode ser detectada adicionando outro produto químico que muda de cor na sua presença; a radioactividade pode ser medida com um contador gama. O RIST difere de outros tipos de radioimunoensaio, porque o soro do sangue que contem a substância a ser detectada é primeiro misturado com uma solução contendo a mesma substância à qual foi adicionado um marcador radioactivo. A substância marcada e a não marcada competem entre si para se ligarem à superfície da placa. O resultado é que, após lavagem, quanto menos radioactividade for encontrada na placa do teste, maior deve ter sido a quantidade da substância presente no soro sanguíneo.


Na glândula da tiróide, tendo em conta que esta estimula a produção de hormona tiróideia, as suas concentrações no sangue são elevadas quando a glândula tiróide é pouco activa (e, por isso, precisa de maior estímulo) e baixas quando é hiperactiva (e, por isso, precisa de menor estímulo).
Caso a hipófise não funcione normalmente (apesar de raramente acontecer), o valor de hormona estimulante da tiróide, por si só, não reflectirá exactamente o estado de funcionamento da glândula tiróide e, então, proceder-se-á à medição do valor de T4 livre.
A medição da concentração da hormona estimulante da tiróide e da de T4 livre que circulam no sangue é, geralmente, suficiente. Todavia, também pode ser necessário determinar a concentração de uma proteína, designada globulina, ligada à tiroxina, uma vez que os seus valores anormais podem levar a uma interpretação errada da concentração total das hormonas tiróideias. As pessoas com insuficiência renal, algumas perturbações genéticas ou outras doenças ou que tomem esteróides anabolizantes, apresentam valores mais baixos de globulina ligada à tiroxina. Pelo contrário, os valores de globulina ligada à tiroxina podem ser mais altos do que o normal em mulheres grávidas ou que tomem anticoncepcionais orais ou outras formas de estrogénios e nas pessoas que sofram os estados iniciais da hepatite ou também algumas outras doenças.
Após a realização de uma cintilografia, ultra-sonografia, o médico pode ainda não ter determinado se o problema diz respeito à glândula tiróide ou à hipófise, então ordena exames de estimulação funcional. Um destes exames consiste em injectar uma hormona libertadora de tirotropina por via endovenosa e, a seguir, realizar as análises ao sangue relevantes para medir a resposta da hipófise.

domingo, 3 de junho de 2007

Hormona Paratiróide:

A hormona paratiróide (ou paratormona) é secretada pelas glândulas paratiróides. A sua secreção é estimulada por baixas concentrações extracelulares de Ca2+. A paratormona aumenta a concentração plasmática de Ca2+ de várias formas:

Estimula a actividade dos osteoclastos [destruidora do cristal (apatite) do osso];

Aumenta a absorção intestinal de cálcio;

Aumenta a absorção de vitamina D;

Aumenta a reabsorção renal de cálcio.

O que se traduz num incremento rápido e sustentado da quantidade de cálcio no sangue.

Também tem influência na concentração sanguínea de fosfato, diminui a reabsorção renal de fosfato, o que impede os níveis de fosfato de aumentar quando a libertação de fosfato do osso aumenta.

Glândulas paratiróides

Glândulas Paratiróides ou Paratireóides: glândulas do tamanho de uma ervilha que se situam atrás ou embebidas na glândula tiróide, situada no pescoço. Geralmente, estas glândulas encontram-se em grupos de dois, correspondendo cada grupo a um lobo da tiróide.

Algumas pessoas possuem apenas uma glândula ou, muito raramente, uma glândula adicional no pescoço ou no peito.

Estas glândulas produzem uma hormona paratiroideia, que ajuda a controlar o nível de cálcio no sangue, o que exige uma regulação constante, porque quaisquer variações, por pequenas que sejam, podem prejudicar o funcionamento dos músculos e dos nervos.

Se o nível de cálcio no sangue diminuir, as glândulas paratiróides reagem, aumentando a secreção da hormona. Isto faz que os ossos libertem mais cálcio para o sangue, os intestinos absorvam mais cálcio a partir dos alimentos e os rins retenham o cálcio. Assim, depressa restabelece o nível de cálcio no sangue. Se o nível de cálcio aumentar excessivamente, as glândulas reduzem a sua secreção de hormona, invertendo os processos descritos.

Em casos raros, as glândulas podem tornar-se hiperactivas, causando desgaste dos ossos (osteoporose) e cálculos do aparelho urinário. Noutros casos, podem tornar-se hipoactivas, provocando tetania (espasmos dolorosos) e convulsões.

Hiperparatiroidismo – pode ser primário com hipercalcémia ou secundário a diminuições crónicas do cálcio sanguíneo.

Hipercalcémia – resultante de hiperparatiroidismo.

Hipoparatiroidismo – pode ser primário com hipocalcémia ou secundário a aumentos crónicos do cálcio sanguíneo.

Pseudohipoparatiroidismo – devido a resistência genética à PTH.

Tumores da paratiroide – neoplasias da paratiroide.

Hiperparatireoidismo

Doença caracterizada pelo excesso de funcionamento das glândulas paratiróides, causando aumento dos níveis da hormona da paratiróide (PTH) em circulação e levando a sinais e sintomas decorrentes do aumento de cálcio no sangue (hipercalcemia), na urina (hipercalciúria) e da extracção do cálcio dos ossos (osteoporose e cistos ósseos).

Pode ser provocada por tumores benignos (adenomas), hiperplasia ou, muito raramente, por tumores malignos das glândulas paratiróides.

A produção excessiva da hormona paratiroídeia aumenta o nível de cálcio no sangue (hipercalcemia) ao remover o mineral dos ossos, o que pode dar origem a osteoporose e a osteomalacia).

Numa tentativa para normalizar o elevado nível de cálcio no sangue, os rins excretam grandes quantidades de cálcio na urina, causa frequente da formação de cálculos renais.

Causas e incidências

Na maior parte dos casos, o hiperpatiroidismo é provocado por um pequeno tumor benigno de uma ou mais glândulas paratiróides. Contudo, deve-se também por vezes a um aumento das glândulas, cuja causa é desconhecida.

Cerca de 40 pessoas em cada 1OOO.OOO sofrem desta doença à qual se desenvolve geralmente após os 4O anos e é duas vezes mais comum nas mulheres do que nos homens.

Sintomas

O hiperparatiroídismo pode causar dores generalizadas, depressão e dores abdominais. Os únicos sintomas são muitas vezes os próprios dos cálculos renais (pedras nos rins), porém, quando a hipercalcemia é grave, pode causar náuseas, vómitos, cansaço, grande volume de urina, confusão e fraqueza muscular.

Diagnóstico e tratamento

A situação é diagnosticada por radiografias a certos ossos e por análises destinadas a medir o nível de cálcio, fósforo e hormona paratiróide no sangue.

A remoção cirúrgica de todo o tecido paratiroídico anormal cura geralmente a situação. Em certos casos, a quantidade de tecido paratiroideio que subsiste após a operação pode ser insuficiente para as necessidades do organismo. A pessoa afectada pode precisar então de tratamento do hipoparatiroidismo.


Exames Médicos

Tiroidectomia

Remoção cirúrgica, total ou parcial, da glândula tiróide.

Esta cirurgia pode ser efectuada quando um paciente sofre de cancro da tiróide ou sofre de uma outra patologia deste órgão, tal como o hipertiroidismo. Pode ter uma intenção diagnóstica ou terapêutica.

Quais os fins da realização de uma tiroidectomia?

A tiroidectomia é recomendada nas seguintes situações:

  • Ablação de uma massa/nódulo da glândula tiroideia para diagnóstico.
  • Extrair tumores benignos ou malignos.
  • A intervenção cirúrgica para tratamento do hipertiroidismo é, especialmente, indicada nos indivíduos jovens como tratamento para a tireotoxicose (função excessiva da glândula tiroideia), com um bócio de grandes dimensões, que apresentem alergias ou manisfestem efeitos secundários associados à medicação prescrita para controlar o hipertiroidismo.
  • Aliviar sintomas de compressão de estruturas vizinhas pela glândula tiroideia.

Tiroidectomia subtotal


Esta intervenção consiste na remoção de apenas uma parte da tiróide: o lobo mais afectado pelo problema do doente, o istmo e grande parte do lobo oposto. As paratiróides (na parte de trás da glândula) ficam intactas.

Como se realiza?

Sob anestesia geral, faz-se uma incisão no pescoço. Afastam-se para os lados as camadas de pele e músculo para se expor a glândula tiróide.

Depois de a parte anterior da glândula ser separada do seu abastecimento de sangue, a sua maior parte é cortada e laqueiam-se os vasos sanguíneos.

Por vezes, introduzem-se drenos para impedir que o sangue se acumule. Recolocam-se as camadas de músculo e pele e a incisão é saturada.

Recorre-se a este tipo de cirurgia para cancros pouco agressivos, bócios que provocam compressão das estruturas do pescoço e/ou se estendem para o tórax (bócios mergulhantes). Actualmente, tem-se vindo a substituir a tiroidectomia subtotal pela tiroidectomia total.




Tiroidectomia total

Remoção de toda a glândula tiróide. É a cirurgia indicada nos bócios muito volumosos e no carcinoma da tiróide, sobretudo se papilar ou folicular grande, agressivo e em indivíduos com mais de 40 anos, no carcinoma medular da tiróide e no carcinoma anaplásico (neste caso, pode não ser possível retirar toda a glândula, devido à invasão de órgãos vitais do pescoço como a traqueia e as artérias carótidas pelo tumor). A incisão usada na cirurgia da tiróide mede entre 7,5 e 12,5 cm e, geralmente, cicatriza muito bem.


Como se realiza?

O procedimento cirúrgico é idêntico ao da tiroidectomia subtotal, alterando apenas o passo 2, em que é removida toda a glândula da tiróide.


Complicações

As cirurgias da tiróide raramente oferecem complicações, evoluindo de forma favorável. Os pontos e o dreno podem normalmente ser retirados alguns dias depois da cirurgia, e o doente pode sair do hospital.

Poucas são as vezes que acontecem problemas como hemorragia, infecção da ferida operatória, dificuldade respiratória, pneumonia e tromboflebite. Nos casos de cancros avançados que invadem as vias respiratórias, pode existir dificuldade respiratória.

As complicações que provocam mais preocupação, apesar de pouco frequentes, são a lesão do nervo recorrente (responsáveis pelo movimento das cordas vocais, um nervo lesado pode causar rouquidão temporária ou permanente), o hipoparatiroidismo (a sua remoção, ou irrigação, provoca perturbações do metabolismo do fósforo e cálcio, exigindo tratamento de substituição) e o hipotiroidismo (quando se retira a glândula tiroideia, no todo ou em parte, muitos indivíduos passam a necessitar de medicamento substituto da função tiroideia).

Após a alta

Nos casos de cirurgias mais alargadas é necessário tomar hormona da tiróide em comprimidos para substituir aquela que é fabricada pela tiróide que foi removida, excepto nos casos de malignidade em que pode ser preciso esperar pela realização de cintilografia e/ou tratamento com iodo 131 para iniciar a medicação.

Cintilografia

Cintilografia, gamagrafia ou cintigrafia é uma técnica imageológica que envolve a injecção no corpo de substâncias químicas radioactivas, como o iodo, ou outros elementos radioactivos (tecnécio), que são absorvidas em quantidades diferentes por diversos órgãos ou tecidos permitindo o estudo da distribuição topográfica do isótopo radioactivo nesses órgãos.

A radiação é detectada por uma câmara gama (câmaragrama) que, normalmente, contêm um cintilador – substância que emite pequenas faíscas de luz quando recebe raios gama (daí a designação de cintigrafia).

A quantidade de radiação emitida por um determinado órgão ou sistema depende, fundamentalmente, do nível metabólico das células que o constituem. Assim, nos exames com radioisótopos, as células em rápida multiplicação (como as células cancerosas) surgem nalguns casos como “pontos quentes”.

Os níveis de radiação a que o organismo é exposto nestes exames são muito baixos, inferiores mesmo aos das radiografias convencionais.


A gamagrafia da tiróide é uma técnica muito utilizada para obter informações acerca da localização, anatomia e função da glândula da tiróide. A cintilografia é o método disponível para investigar as doenças da tiróide, embora a ecografia possa também ser útil em alguns casos.

Os problemas da tiróide são muitas vezes investigados por meio deste exame, que é indicado sobretudo a pacientes portadores de nódulos de tiróide.



Como se faz?

Na cintilografia, dá-se ao doente uma injecção ou uma dose oral de uma substância radioactiva, seguindo-se, após um intervalo, o registo de imagens numa câmara gama. A substância radioactiva contém, geralmente, uma pequena dose de Tecnécio 99M ou Iodo 131, especialmente preparados, os quais são avidamente absorvidos pelo tecido tiroidiano, mas pouco ou nada por outros tecidos do corpo.



Passando um detector pela frente do pescoço do paciente, pode-se observar se o iodo foi muito ou pouco absorvido em relação ao normal (padrão) e como se distribui na glândula.

O detector é associado a um mecanismo que permite obter um desenho ou mapeamento em preto e branco ou colorido, da tiróide.

Um diagnóstico, neste caso, um radiodiagnóstico, é feito por comparação com um mapa padrão de uma tiróide normal.









Como se deve preparar o paciente?

Os doentes devem suspender as medicações que interferem na captação de iodo;

Devem apresentar-se em jejum;

Convém não vir acompanhados por mulheres grávidas;

A duração da aquisição das imagens é, aproximadamente, 5 minutos.



Porque se faz?

A cintigrafia revela a posição de qualquer tecido tiroidiano em funcionamento e é, portanto, útil para mostrar se a glândula tem um funcionamento ou uma localização anormal ou está ausente. A gamagrafia mostra a quantidade da substância radioisotópica que é absorvida pela glândula, permitindo, assim, detectar um hiperparatiroidismo ou um hipotiroidismo.

Este exame pode sugerir se um nódulo ou tumor tiroidiano é benigno ou maligno e se está activo ou inactivo. Pode ainda detectar tecido tiroidiano maligno que se tenha metastizado para outras partes do corpo, desempenhando assim um papel importante no planeamento e avaliação do tratamento do cancro da tiróide.

O que se sente?


O exame não provoca qualquer sintoma local, como dor ou desconforto.

Na situação em que se utiliza iodo radioactivo (Iodo 131), o paciente será alvo de uma leitura preliminar de radioactividade, seguida de uma pequena dose do iodo radioactivo, devendo retornar 24 horas após para nova leitura de radioactividade.

Nos casos em que se utiliza o tecnécio, a substância radioactiva é injectada por via endovenosa (pela veia) e a leitura feita algumas horas após.

Ultimamente, um isótopo do iodo radioactivo (Iodo 123) com uma vida mais curta tem sido utilizado para permitir que o exame seja feito em algumas horas.

Qual o padrão cintilográfico normal?


  • Forma de borboleta;
  • Distribuição homogénea;
  • Contornos regulares;
  • Localizada no leito tiroidiano.

Quais os padrões cintilográficos anormais?


Tiróide Ectópica (qualquer tecido tiroidiano localizado fora da sua topografia habitual):

Ausência de captação na região cervical e sublingual;

Agenesia (ausência total ou parcial de desenvolvimento) tiroidiana;

Disgenesia grave;

Uso de hormona tiroideia.

Medicina Nuclear

A Medicina Nuclear é a área da medicina onde são utilizados os radioisótopos, tanto em diagnósticos como em terapias.

Alguns compostos de iodo são utilizados como anti-sépticos, enquanto outros se incluem nos antitússicos. O iodo é igualmente um dos constituintes do meio de contraste radiopaco (técnicas de imageologia).



O uso do iodo-131 (I-131), que emite partícula beta e radiação gama, tem meia-vida de oito dias. Este elemento, radioactivo ou não, é absorvido pelo organismo humano, preferencialmente pela glândula tiróide, onde se concentra. O funcionamento da tiróide influi muito no comportamento das pessoas e depende de como o iodo é por ela absorvido.

O facto de ser radioactivo não tem qualquer influência no comportamento de um elemento químico em relação aos demais elementos.

O iodo-131 também pode ser usado em terapia para eliminar lesões, identificadas nos radiodiagnósticos da tiróide, aplicando-se, no caso, uma dose maior do que a usada nos diagnósticos.

Em suma:

Vantagens da utilização do Iodo: O iodo radioactivo apresenta as características ideais para aplicação em Medicina, tanto em diagnóstico como em terapia:

· Tem meia-vida curta;

· É absorvido preferencialmente por um órgão (a tiróide);

· É eliminado rapidamente do organismo;

· A energia da radiação gama é baixa.

Efeitos Adversos Possíveis: Raramente, o iodo causa reacções alérgicas. Entre os sintomas possíveis de alergia, contam-se erupções cutâneas, edema do rosto, dores abdominais, vómitos e dores de cabeça.




Tecnécio


O Tecnécio é um elemento metálico radioactivo, não ocorre naturalmente, quer na sua forma pura, quer em compostos, mas é produzido durante as reacções de cisão nuclear. Foi o primeiro elemento artificial a ser sintetizado (1937).

Dos seus isótopos o mais importante, medicamente, é conhecido por Tecnécio-99 (Tc-99m). Este está incorporado em várias substâncias químicas e é usado nas gamagrafias de muitos órgãos do corpo, para obtenção de mapeamentos.

O tecnécio 99m é disponibilizado por meio de um gerador portátil e é usado para a composição de diversos radiofármacos.



Teste do Pezinho

O exame laboratorial, também chamado de triagem neonatal, detecta precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebé. Pode detectar e prevenir mais de 40 doenças, que podem assim ser tratadas mesmo antes do aparecimento dos sintomas. O diagnóstico precoce oferece condições de um tratamento iniciado nas primeiras semanas de vida do bebé.

Este exame deve ser realizado entre o terceiro e sexto dia de vida. Antes disso, o teste pode sofrer influência do metabolismo da mãe. A colheita após o sexto dia de vida pode atrasar um eventual início de tratamento, mas esta deverá sempre ser realizado, mesmo que tardiamente.

Existem três formas do teste do pezinho:

-Teste do pezinho básico (fenilcetonúria e hipotiroidismo);

-Teste do pezinho plus (Fenilcetonúria e outras Aminoacidopatias, hipotiroidismo congénito, hiperplasia adrenal congênita e fibrose cística);

-Teste do pezinho ampliado (Fenilcetonúria e outras Aminoacidopatias, hipotireoidismo congénito, hiperplasia adrenal congénita, fibrose cística, galactosemia, deficiência de biotinidase, toxoplasmose congênita)

Pode-se ainda realizar, como exame complementar, o de anemia falciforme, G6PD, HIV e deficiência da MCAD. Os Exames Complementares poderão ser agregados aos testes Plus, Ampliado e Básico, ou mesmo solicitados individualmente ou em conjunto.

Este diagnóstico precoce é fundamental para o rastreio de duas doenças graves: Fenilcetonúria (doença hereditária em que a criança não consegue utilizar uma substância que ingere com as proteínas – aminoácido fenilalanina - esta em excesso no sangue e nos tecidos é tóxica para o encéfalo se não for tratada) e o Hipotiroidismo Congénito (a tiróide funciona mal, os bebés com HC não possuem uma quantidade suficiente da hormona tiroxina. Sem esta hormona, não se desenvolvem como deve ser e podem vir a ter uma deficiência permanente física e mental grave) que podem ser tratadas, se diagnosticadas precocemente.


Um resultado normal, mesmo no teste ampliado, não afasta a possibilidade de outras doenças neurológicas, genéticas ou adquiridas. O teste não diagnostica, por exemplo, o síndrome de Down.


Instruções para a Colheita do Teste do Pezinho:

Desinfectar o calcanhar com álcool ou éter. Deixar secar antes de picar.

Picar (puncionar) com uma lanceta rejeitável de ponta fina nas faces laterais do calcanhar. Se necessário, aquecer levemente para facilitar a saída do sangue.

Encostar o papel de filtro no local da picada. Deixar formar uma gota de sangue e, se possível, preencher de uma só vez.

Deixar secar a temperatura ambiente.

Não sobrepor fichas.

Evitar exposição directa ou indirecta a variações de temperatura.

As fichas, com os círculos impressos no papel de filtro devidamente preenchidos com sangue e com os dados de identificação, são enviadas de imediato pelo correio para o Instituto de Genética Medica (IGM), onde funciona o Laboratório Nacional de Rastreios e onde se processam as análises.

O teste do pezinho, por vezes, exige repetição para esclarecer o primeiro resultado, quando suspeito de normalidade ou quando o teste é realizado antes das 48 horas de vida.



A picada ocorre no calcanhar porque é uma região rica em vasos sanguíneos e a recolha do sangue é feita rapidamente com uma única picadinha. Esta é quase indolor, mas como a dor é uma nova sensação para o bebé, estes acabam por chorar.



BEBÉ NORMAL

Quando todos os marcadores apresentem valores inferiores ao limite estabelecido.

BEBÉ SUSPEITO

Verifica-se sempre que algum dos marcadores utilizados apresentar valores levemente superiores ao limite estabelecido.

BEBÉ DOENTE

Se um marcador apresentar valores bastante superiores ao limite estabelecido.

Se o valor da TSH (tirotropina), analisada para o Hipotiroidismo Congéntio (HC), é 3,50 mU/ml e o da Fen (fenilalanina), analisada para a Fenilcetonúria (PKU), é 3,6 mg/dl, os pais são imediatamente contactados, sendo informados da situação e das possibilidades terapêuticas ao seu dispor.

Que tipo de tratamento se pode oferecer a doentes de Hipotiroidismo Congénito?

O rastreio permite que os bebés com HC podem ser tratados atempadamente com comprimidos de hormona tiroideia, nas doses indicadas pelo médico. O tratamento começa o mais tardar no dia da 1ª consulta, com 8/10 mg/Kg/dia de tiroxina, procurando-se manter os níveis séricos desta hormona em valores normais altos (10-12 mg/dl), o que evitará uma deficiência grave e lhes permitirá desenvolverem-se normalmente.

No caso dos bebés não serem rastreados e, posteriormente, se vier a descobrir que têm Hipotiroidismo Congénito, já pode ser muito tarde para evitar que venham a ficar gravemente deficientes.


Qual o prognóstico para estes doentes?

As crianças que cumprem correctamente o tratamento estabelecido e que não têm outras doenças ou problemas associados, apresentam um desenvolvimento normal e comparável ao das outras crianças do mesmo grupo etário.

As crianças que cumprem correctamente o tratamento estabelecido e que não têm outras doenças ou problemas associados, apresentam um desenvolvimento normal e comparável ao das outras crianças do mesmo grupo etário.




Foram já estudados mais de 1.900.000 recém-nascidos e detectados, até ao final de 1999, 540 casos de HC (frequência 1:3490) e 160 de PKU (frequência 1:11981). Estas frequências são muito semelhantes às encontradas em outros países europeus. A taxa de cobertura do rastreio a nível nacional é, actualmente, cerca de 99%.


Era uma vez..

Era uma vez um grupo de alunos (5 gatos pingados) que resolveu ocupar o tempo livre criando uma seca de um blog que no fundo, bem lá no fundo, até tem interesse!!! As Anas Ritas, a Juliana, o João Pedro e um tal de Nuno Duarte decidiram criar este blog, quase, quase perfeito, para divulgarem o seu projecto, " A tiróide sob investigação", no âmbito da disciplina de àrea de projecto e , finalmente, aqui está ele, prontinho a receber comentários, propostas, dúvidas e mesmo críticas, por isso estão a espera de quê??